Quem somos Nós?

Não há dúvida que, ao longo dos tempos, o lugar da mulher na sociedade estava condicionado à capacidade de gerar filhos e, principalmente, filhos varões! Então, a mulher era – e sempre será - muito poderosa, pois ela paria.
O infanticídio por sexo que é matar as meninas recém-nascidas por desejarem o cobiçado varão, era comum desde os romanos e ainda acontece hoje em alguns países.
Estudos colocam que: quando os humanos deixaram de ser caçadores e passaram a viver em povoados de agricultores eles precisavam ter filhos próprios para transferir suas posses e então, passaram a controlar a mulher. Assim, a sujeição da mulher teria nascido da propriedade privada, da posse da terra, de bens, para evitar a perda e a diluição do patrimônio se não tivesse a quem deixar.
Na sociedade medieval as mulheres distinguiam-se entre si pela: posição que ocupavam na sociedade, atividades que desempenhavam, faixa etária; grau de instrução, opções e ideais de vida. Quanto maior a posição social mais acesso as atividades e ao poder tinham.
Na Alta Idade Média, praticamente, todo o trabalho artesanal era feito pelas mulheres, fabricavam: cosméticos, sabão, pentes, chapéus, fiação de seda, linho, artigos de luxo a serem consumidos nas cortes. A confecção de tecidos era de responsabilidade exclusiva das mulheres.
As damas nobres, esposas ou viúvas precisavam de muita habilidade e organização, porque eram responsáveis pelo suprimento de alimentos e vestimentas de toda a família e, muitas vezes, administravam as posses na ausência dos maridos por estarem em viagem, peregrinações, cruzadas, guerras etc.
As mulheres negociantes eram esposas, parentes de pequenos ou grandes negociantes e assumiam os negócios quando ficavam viúvas.
As camponesas eram o grupo mais numeroso, participavam ao lado do marido: plantava, colhia, ordenhava as vacas, tosquiava os carneiros etc. Além dessas atividades, podiam ser obrigadas a prestar serviços na casa do senhor feudal, pois deviam pagar certas obrigações prestando serviços como: fiação do linho, confecção e lavagem de roupas.
As artesãs além de todo o trabalho com tecidos, também, exerciam diversas profissões como: padeiras, leiteiras, peixeiras, queijeiras, cabeleireiras, cervejeiras e também em empresas de metalurgia com trabalhos cansativos. Porém, com o tempo, foi aconselhado as mulheres casadas trabalharem somente no lar, mesmo que compreendesse tão bem como alguém do sexo masculino.
É muito importante observar que apesar de toda a opressão masculina sobre o feminino as mulheres poderosas também oprimiam, castigavam e eram severas com suas serviçais, criadas, subordinadas. Tinham atitudes como os homens.
Ao analisar esses fatos e os das postagens anteriores, vamos percebendo nossa condição feminina de hoje. As atividades que fazemos hoje e a ligação com os nossos familiares: tataravós, bisavós, avós, mães.
Será que nós estamos repetindo as mesmas situações de vida, trabalho, submissão? Nós também tratamos mal pessoas ou subordinados (a)?
Compreender a história pode parecer cansativo, chato e até meio sem muito sentido, mas para sermos felizes hoje e também termos relacionamentos saudáveis, duradouros é fundamental analisar, quem somos nós e de onde viemos. Entender um pouco mais de si mesmo: nossos sentimentos, atitudes, gostos, aptidões, atividades, profissões etc. Isso nos motivará a crescer e modificar o que se é necessário para escrever nossa própria história.
Ivany Pereira