Na contramão do Amor

“Uma mulher é para ser amada e não compreendida.” Essa é a primeira questão a ser entendida, pois no amor tudo está incluído.
A complexidade do problema dos relacionamentos está em como amar sem ser dependente, sem ter atrito ou conflito. E quando há conflitos, como vencer o desejo de se afastar das causas do conflito e não deixar se arrastar até ficar insuportável de conviver. Como resolvê-los e continuar a vida “numa boa”, como dizem.
Maquiaval sugere que melhor maneira de defender é atacar e sempre que há algum tipo de dominação o ataque é certamente a melhor defesa. Na defesa a pessoa está perdendo terreno e já está se aceitando como o lado derrotado e passa, simplesmente a se proteger.
Em muitos relacionamentos essa estratégia é bastante usada, gerando inúmeros conflitos, sofrimentos e tristeza. A pessoa que é atacada vai se protegendo, se diminuindo, encolhendo, se calando. Ela não consegue reagir, porque está dominada e vai perdendo a clareza da situação, ficando confusa e insegura. A pessoa atacada é manipulada o tempo todo e não percebe o jogo que é imposto e não consegue sair.
Esses ataques podem ser de diversas formas com violência emocional: gritos, ofensas, desvalorização, xingamentos, humilhações, deboche público, diminuindo a autoestima da pessoa. Também pode ser “entre tapas e beijos”, ou seja, com violência física a qual a mulher pode ser submetida. Nesses casos, o agressor sempre se coloca como vítima, pedindo o perdão pelo descontrole. Pode também forçar atos sexuais, controlar tudo que a mulher faz, não a deixar sair isolando-a do mundo etc.
É muito comum fazer a mulher achar que está ficando louca. Uma forma de abuso mental que consiste em distorcer os fatos e omitir situações para deixar a vítima em dúvida sobre a sua memória e sanidade.
Quem ataca sempre se coloca nas situações tendo a razão e o agredido é sempre o culpado. Tudo isso é acompanhado de muito sofrimento e perda de equilíbrio da vítima, tornando-se impossível o convívio.
Essas situações são mais comuns que imaginamos e também acontecem muito com crianças, adolescentes. São vivenciadas em muitos lares de todos os níveis sociais. Mesmo as situações, aparentemente, mais simples como os gritos ao serem repetidos dia após dia, geram diversos traumas, depressão e outras doenças na pessoa.
Essas são formas estranhas e até mesmo doentias de se viver e se relacionar. O amor não surge do medo. A vida é muito simples e bela, quando vivida com liberdade e amor.
Ivany Pereira