Nossa força não é bruta.

Seguindo a história das mulheres, séculos 15 e 16, observamos a sessão de horrores com a “caça às bruxas”.
A Inquisição e as Mulheres. Milhares de mulheres foram reprimidas, perseguidas, torturadas, condenadas, executadas ou queimadas, colocadas na posição de bruxas. A “caça às bruxas”, foi a eliminação de um grupo considerado indesejável, perigoso e nocivo a sociedade da época. Elas não eram consideradas de Deus.
Eram acusadas por questões diversas, desde ter relações com o diabo, beber o sangue das crianças e por deterem certos conhecimentos médicos.
Elas tinham o domínio das ervas. Pouco a pouco, foram desenvolvendo o entendimento do corpo humano. Elas cuidavam da população que sofria, os pobres, pois os médicos tratavam das pessoas de alto poder econômico.
As mulheres foram as primeiras parteiras. Elas procuravam ajudar-se entre si. Demonstravam controle sobre a vida e certa independência. O problema é que esses conhecimentos eram proibidos as mulheres, pois elas não podiam estudar.
Foi com a Revolução Francesa e seus ideais de justiça e fraternidade, que alguns homens e mulheres começaram a compreender que a igualdade era para todas as pessoas: “ou bem nenhum membro da raça humana possui verdadeiros direitos, ou bem todos temos os mesmos; aquele que vota contra os direitos de outro, quaisquer que sejam a religião, cor ou o sexo deste, está desse modo abjurando (renunciando) os seus”. Essas foram as palavras de Condorcet, filósofo francês, que participou da redação da Constituição Revolucionária, em 1790, em seu ensaio: “Sobre a admissão das mulheres no direito da cidade”.
Condorcet e outros cavalheiros cultos, assumiram uma atitude crítica e começaram a denunciar a situação da mulher. Com a Revolução Francesa surgiram os clubes e associações de mulheres e também feministas famosas, porém, pouco a pouco, o sonho foi virando mais horror e várias mulheres foram perseguidas e mortas, como Olympe de Gouges guilhotinada em novembro de 1793, e os clubes proibidos. Condercet foi condenado à morte e preferiu envenenar-se em sua primeira noite de cárcere.
Essa parte da história, nos traz que o poder do feminino tem muito valor para ser reprimido dessa forma. Isso nos faz pensar em quanto fomos reprimidas, o quanto podemos contribuir fazendo com a doçura que nos é peculiar. Nossa força não é bruta.
Ivany Pereira