Que tipo de relacionamento amoroso você está buscando?
Para um relacionamento amoroso ser saudável e duradouro é importante refletir sobre algumas questões:
Que tipo de relacionamento amoroso você está buscando?
O que você quer viver neste relacionamento?
Que influências você herdou de sua família - pai, mãe, avós, irmãos - quanto a comportamentos, valores, crenças em relação aos relacionamentos afetivos?
O que você acredita sobre: como este vínculo amoroso deve ser? Como o casal deve se relacionar?
O que você precisa modificar em você para que este relacionamento esteja de acordo com as suas expectativas?
Trazemos dentro de nós, no inconsciente, a ideia do amor dos romances, dos filmes, da literatura, dos contos de fadas onde o príncipe vem salvar a princesa e todos são “felizes para sempre”. A questão é que nos contos de fadas o dia a dia, o convívio dos personagens, não é muito ilustrado.
Como trazemos isso dentro de nós, ficamos à espera de encontrar na vida real o príncipe encantado ou a princesa. Por isso, é comum homens e mulheres buscarem esse amor idealizado. Idealizamos um parceiro(a) e exigimos que nos faça feliz, como o príncipe ou a princesa e não como humanos “imperfeitos” que somos, portanto seres em aprendizado e aperfeiçoamento constante.
Porém, damos muitas vezes com a “cabeça na parede” até perceber que a coisa é mais complexa e exige de nós desprendimento de nossas crenças, revisão de nossos valores, paciência e investimento de tempo e energia para construirmos um relacionamento que “atenda nossos desejos”.
É como fazer torta de morangos, precisamos dos ingredientes da massa básica, do recheio, a cobertura e a decoração. Prepara-se cada etapa da receita separada, coloca-se a massa no forno e depois monta-se a torta. Precisa de um tempo até os ingredientes separados virar a torta de morangos.
Assim também é a construção de um relacionamento mais longo, pois exige determinados ingredientes. Dentre os vários ingredientes é necessário saber mais sobre a pessoa que você acabou de conhecer: conversar, conversar e conversar. Quanto mais conversar mais e mais vai percebendo o que pensa, sente, as intenções do(a) pretendente e se realmente vale a pena investir. Isso pode levar semanas, meses. Pode parecer cansativo e inviável, mas depende do que você busca para sua vida afetiva.
No mundo em que vivemos há uma tendência em querer satisfazer as nossas necessidades de forma imediatista. Nesse aspecto, está a busca do amor através de relacionamento baseado no vínculo sexual.
Aquela situação onde um “bate o olho” em determinada pessoa e pensa: é ele(a) “deu química”. Ao olhar para alguém em minutos já pode ter uma atração, porém é somente o começo. Essa química está incompleta, está na fase de buscar a receita da torta para prepará-la.
A atração pode ser devido: ao tipo físico da pessoa, o corpo, o jeito de andar, de falar, a posição social, por estar sozinho e “pintou alguém” etc.
Esse tipo de relacionamento é mais simples, direto, objetivo. As relações que são baseadas no sexual é de alto risco porque tende a esvaziar-se com o tempo, são efêmeros. As possibilidades de sucesso a longo prazo são limitadas. Se a intenção é só curtição e umas saídas, tudo bem. Pode ser muito agradável para ambos, porém tem menos chance de ser duradouro.
É importante lembrar que no nosso cérebro há dois caminhos neurais para os relacionamentos afetivos. Nos relacionamentos que já se inicia com vínculo sexual, o cérebro da pessoa registra esse caminho, fase sexual, e todas as vezes que este casal se encontrar o cérebro já ramifica por esse caminho e não gera a produção dos neurotransmissores para criar o sentimento mais profundo - a “torta”.
São duas pessoas estanhas uma à outra - como todos somos - que agem impulsivamente, pelo instinto, sem pensar, derrubam o muro e se aproximam, e como se estivessem isoladas na sua própria solidão buscando alguém e se encontram.
Amar é uma arte. Exige vontade de aprender, dedicação, zelo, comprometimento, transformação e como todo aprendizado é necessário o domínio da teoria e da prática.
Ivany Pereira