PAIXÃO II

Você já se apaixonou? Como foi essa experiência?
Os apaixonados apresentam também como características: a esperança e a dúvida. Se a pessoa amada der a mais leve esperança o apaixonado fica horas e horas recordando. Entretanto, ao se sentir rejeitado, a dúvida transforma-se em desespero, remoendo até entender a rejeição. Isso pode levar a quadros perturbadores e de muito sofrimento e angustia para quem está vivenciando.
É interessante notar que as dificuldades aumentam a paixão, porque desperta o interesse do outro. Em geral, as pessoas não se apaixonam por alguém que conhece bem. É a caçada. O mistério é importante.
Porém, a paixão tem um começo e um fim. Há um tempo de duração para esse estado. No fim da paixão observa-se a mudança das substâncias químicas produzidas no corpo.
Para os adolescentes uma paixão pode durar uma semana. Pesquisas mostram que entre o início da paixão até o “sentimento de indiferença” pela pessoa amada, a duração média é de 18 a 36 meses.
Os apaixonados que não se encontram com muita frequência, devido a distância de residência ou por serem casados, podem manter o sentimento forte durante vários anos.
Podemos justificar o motivo de muitos relacionamentos, namoros, casamentos, acabarem após esse período de euforia inicial e muitas vezes com tristezas e todo um entorno para ser resolvido.
Esse estado de paixão pode estar sendo vivenciado por somente uma das pessoas e o outro (a) embarcou porque percebeu que poderia se beneficiar do estado de receptividade e entrega do outro (a). Isso é muito comum e pode causar prejuízo emocional enorme em quem embarcou, porque a pessoa parece que está anestesiada. Não percebe nada além do belo. Quando a pessoa se dá conta de onde e o quanto está envolvida, “cai a ficha”, ela se pergunta: “Nossa! O que aconteceu comigo? Onde eu me enfiei?”
Quando num relacionamento o casal está vivenciando esse estado de paixão, ao terminar essa fase nem sempre os dois estão desligados por completo e no mesmo momento, ou seja, muitas vezes ainda um está envolvido e isso pode fazer um sofrer mais que o outro.
O que fazer? O que resta é absorver os aprendizados e administrar o rompimento e crescer com as experiências. Com os “tombos” e levantar, limpar as mãos na roupa como fazem as crianças e continuar a equilibrar-se e caminhar.
Esse estado de paixão, se bem conduzido pelo casal, e se for de interesse de ambos pode ser gradativamente substituído pelo afeto, amor e o relacionamento passa para um outro estágio de mais cumplicidade.
Nessa etapa, entramos em um novo relacionamento com os pés mais no chão.