Espelho

Você já esteve em alguma situação onde você não se reconheceu ou não entendeu suas atitudes ou não entendeu sua reação ao ter contato com uma pessoa ou uma situação específica?
Muitas vezes, não nos reconhecemos em algumas situações que acontecem em nossa vida cotidiana e vem a pergunta: Como fiz aquilo? O que me deu? Por que falei aquilo? O que falar: Reconhecer, redimir-se e observar-se.
Isso acontece nos relacionamentos afetivos e, também, entre casais que aparentemente não apresentam problemas. Porém, dependendo da frequência que acontece poderá, com o tempo, minar a relação. Palavras grosseiras, explosões de sentimentos, colocações malfeitas, agressões verbais, físicas ou psicológicas (xingar, desprezar, humilhar) acabam com qualquer relacionamento e geram desgaste emocional nos envolvidos.
Nas relações com agressões ou que a pessoa é usada como um objeto, uma mobília, para a conveniência ou conforto de uma das pessoas da relação, pode gerar traumas e distanciamentos cada vez maiores até tornar-se algo insuportável de ficar junto. Atentar-se sempre para não ceder demais e o outro avançar muito o sinal e dificultar muito a comunicação ou ficar cada vez mais difícil sair desta relação.
No casal é necessário a comunhão de interesses para que o convívio seja produtivo. Ambos devem ter como propósito direcionado na união de esforços para tudo ficar em harmonia. Se não é assim é muito complicado o convívio.
Vivemos em uma sociedade que todos são muito exigidos no dia a dia em suas atividades: profissionais, domésticas, como mãe, como pai, como provedores de uma casa, da vida material, dos filhos etc., e cada vez mais a paciência é mínima. As pessoas já explodem por pouca coisa em proporções desastrosas e sem nenhum sentido.
Infelizmente isso tem se tornado cada vez mais comum. Estar centrado, no aqui e agora, ser paciente, tolerante, compreensivo (a) e amoroso (a) é um exercício constante a ser praticado. Por outro lado, há também as situações, principalmente entre as mulheres, que existe a tolerância, compreensão, paciência e quanto mais se tem, mas a “corda estica” e o parceiro acostuma e passa abusar dos limites.
Para quem está de fora da situação não compreende ou crítica ao ver uma relação desarmônica, porém o que acontece nas relações a dois ou entre quatro paredes só sabe, realmente, quem está convivendo.
As situações de incompatibilidade de ideias com o tempo aprendemos a lidar com elas, porque crescemos também nas diferenças. Faz parte do nosso aprendizado.
Com o tempo, conhecendo-se cada vez mais você percebe o que pode disparar um gatilho em você e já conseguir evitar jogar um “caminhão de melancia no outro (a)”. São exercícios de auto-observação e também de enxergar seu parceiro (a).
Você vai percebendo como se sente frente a diferentes situações e fica mais fácil prever suas reações. Assim, você consegue falar ou demonstrar quando algo não está de seu agrado ou não concorda. Ser você mesmo. Ser natural. Verdadeira (o). Isso lhe trará uma sensação de liberdade e tornará mais harmoniosa a sua relação. Mesmo que isso, inicialmente, cause estranheza.
Você possui seus sentimentos, pensamentos, sensações, hábitos e comportamentos diversos. Estar atento ao seu interno é um exercício constante. Suas reações podem ficar mais harmonizadas e deixar você menos reativa (o), agressiva (o).
Nossos relacionamentos com o (a) outro (a) é um espelho. É onde conseguimos nos enxergar. É a possibilidade que temos de ver como realmente somos. De observar o que precisamos mudar em nós. O que criticamos no outro, muitas vezes, é algo que temos em nós e não conseguimos enxergar. É um aprendizado, porque temos a chance de ver que somos igual a ele/ela nas características que não gostamos. É uma oportunidade de crescimento quando estamos abertos a perceber quem somos e também de nos aceitar e mudar.
Você é um Ser Único com incrível potencial interno, com imensas capacidades e talentos a serem continuamente desenvolvidas. O (a) parceiro (a) também é assim como você. Portanto, a integração destes dois seres multiplica as possibilidades de crescimento.
Buscar essa conexão profunda é fundamental para que não haja sentimento de isolamento e a relação cresça como um bolo quando adiciona o fermento.